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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Poesia em nossa vida


 
NÃO DEIXE O AMOR PASSAR 
de Carlos Drummond de Andrade

"Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR."



Poeta, cronista, contista e tradutor brasileiro. Sua obra traduz a visão de um individualista comprometido com a realidade social.
Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade natal, em Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.

O modernismo não chega a ser dominante nem mesmo nos primeiros livros de Drummond, Alguma poesia (1930) e Brejo das almas (1934), em que o poema-piada e a descontração sintática pareceriam revelar o contrário. A dominante é a individualidade do autor, poeta da ordem e da consolidação, ainda que sempre, e fecundamente, contraditórias. Mas, enquanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho e requinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar.

Vem daí o rigor, que beira a obsessão. O poeta trabalha sobretudo com o tempo, em sua cintilação cotidiana e subjetiva, no que destila do corrosivo, no que desmonta, dispersa, desarruma, do berço ao túmulo -- do indivíduo ou de uma cultura.

Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.

Há um pouco de poeta em todos nós...

"Casa pequena
Cômodos poucos
Alegrias intensas
Agimos feito loucos!

Pedaço a pedaço
Minuto a minuto
A vida segue neste compasso.

Pressa de viver, de realizar
Ânsia de acontecer, de sonhar
Aproveitar o tempo sem ter hora para acabar
Encontrar nos pequenos gestos
A razão de todos os dias acordar!

Olhar para o céu e ver o dia claro
Ou encontrar nuves e esperar a chuva cair
Um mundo todo intenso, preguiçoso, apressado, tudo num só
É o que temos a nos unir.

Aromas, sabores, controvésias e amores
Risos, lágrimas, suor, abraços e gargalhadas
Numa complexidade natural em todo homem encontrada
A vida pulsa lá fora
E aqui dentro, já não há tempo
Somente a vontade de se ter um ao outro
Pela longa estrada da vida afora."
Raquel Cecília




Estes poemas fazem parte da blogagem coletiva "Abre Aspas 3ª Edição", promovida pela Lunna do blog "Teorias Impossíveis" onde os participantes escolherão poetas/poetizas e poemas para deixar a blogsfera mais poética. Para conhecer e ler os posts participantes, [clique aqui].


3 Originalidades compartilhadas por aqui:

Luma Rosa disse...

Nossa! Que bonita poetando!! A blogosfera simplesmente me surpreende!! Boa blogagem! Beijus,

Lunna disse...

O que eu mais gosto nessa "brincadeira poética" é justamente a possibilidade de ver versos pelos blogs que eu visito...
Claro que alguns já se ocupam disso, mas ver o céu acinzentato e a natureza em festa com suas "lágrimas" enquanto eu leio versos em todas as páginas que eu percorro, é um tanto singular.
Grata por sua participação.

Sandra disse...

Também estou participando.
http://sandrarandrade7.blogspot.com/
Escolheste bem. Carlos Drummond de Andrade.Linda poesia.
Sandra